Finalmente, acho que encontrei o caminho, ou talvez o caminho tenha vindo até mim. Toda a angústia, toda a raiva de viver desvaneceu-se. Já não tenho mais medo de mim, nem de ti, nem de ninguém. As perguntas que tinha, mesmo as mais rebuscadas, já têm uma resposta, não definitiva, mas suficiente para permanecerem viáveis durante muito, muito tempo. Há uma, apenas uma pergunta á qual não vou nunca ter resposta, mesmo que seja a resposta mais convincente, nunca, nunca vai ser aceite por mim, nunca vou perceber o porque! A pergunta é: “ Porque é que não havia ninguém?”
Ainda sinto falta de ar, aperto, borboletas no estômago quando penso nisto. Quão mau eu era para não ter nada, ninguém? Porque é que tudo se revela agora e tão depressa que quase me passa ao lado? Terei mudado eu assim tanto? Penso que não, continuo o mesmo, embora com as mudanças normais de alguém que cresce, mas não do modo que parece, do modo que era e do modo que é. De facto, neste momento a minha vida está estável, em todos os sentidos. Não sou mais chamado de “o gordo da escola”, “o presunto”, mas sim o Brinco, que ao que parece mete meio mundo a rir, Brinco em quem já depositam alguma confiança. Haja Deus, algum dia esta página ia virar, algum dia tinha que ser o dia e hoje é o dia!
está lindo! *
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