terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Eu"

Olá .. Hoje venho "desabafar" algo que já não consigo sentir... nem sei bem se é desabafar, se é uma despedida, um até já, sei lá... hoje, não vou pensar se o texto fica bem escrito, se tem erros ortográficos, se tem a mais ou a menos um ponto final, uma virgula... sim afinal estou farto de certas coisas.. Não me peçam para ter calma, porque é coisa que não consigo ter, a calma já não reside em mim como antes, não peçam nada! Eu, já não sou o mesmo, já não sou o Brinco de antigamente, já não quero saber das mesmas coisas, já não tenho os mesmos gostos, os mesmos pensamentos, as mesmas atitudes… No fundo tenho um estranho dentro de mim. Acordo de manhã e o que vejo no espelho, sou eu, mas não o que gostaria de ser. Passo levemente o polegar sobre os meus lábios, secos, quase gretados, numa manhã onde o sol se esconde atrás das núvens ... acabara de acordar. Faço-o pensando no sonho que um dia a imagem reflectida seja diferente! Gostava de ser uma pessoa que não vive-se tão agarrada ao passado, queria ser aquele que todas as pessoas olham e gostam, que toda a gente fala, ou então não, apenas queria ser uma pessoas normal, se me sinto anormal, é porque “vocês” me fizeram acreditar nisso. Passam segundos, minutos, horas, dias, semanas. Estar em baixo torna-se rotina, é o meu dia-a-dia. Não consigo contornar isto. Supostos amigos viram quando preciso deles, outros desiludem, outros preferem ver-me cair. Vejo-me num mundo de mentira, onde a maioria brincou comigo quando eu pensava que tudo era verdade. Tentei, procurei um caminho, pensei que era eu que estava enganado em relação a tudo. Mas não, tudo se tornou como eu nunca pensei que se tornasse!
Sinto que estou no meio de um sismo, onde tudo está a desabar á minha volta!
Porque tudo se começa a perder de um momento para o outro? Porquê? Estou tão farto de estar aqui, farto de ter medo de tentar, medo de ser apenas um alvo dos outros. A minha mente está ocupada, a minha voz calada quando só me apetece gritar, fugir, desaparecer antes que seja tarde. Os meus braços a muito que perderam a força necessária para me conseguir levantar, cada vez mais me sinto a afundar, sinto que tenho a mãos atadas e nada as pode desatar, sinto um nó, um nó no estômago cada vez que penso no que sou. Não quero que tenham pena de mim, não quero que pensem que sou uma vítima. Com estas palavras todas, com estas redundâncias todas, apenas quero dizer que me odeio, quer por dentro, quer por fora! Odeio a minha voz, o meu cabelo, a minha cara, o meu sentido de humor muitas vezes estúpido, as minhas pancadas, odeio tudo profundamente, estou longe de me considerar normal e cada vez vejo esta hipótese desmoronar-se a minha frente. Prefiro estar sozinho, no meu canto, assim não incomodo ninguém nem vos faço perder o vosso tempo comigo. Neste momento estou numa guerra comigo mesmo, estou numa guerra onde a minha arma é uma mão cheia de nada, uma guerra onde dificilmente sairei vencedor. Já não vivo apoiado na ideia de que a minha vida vai ter um final feliz, essa ideia enterrei-a á muito nos recantos dos meus sonhos. Eu? Quem sou eu? Perdi a ideia de quem sou, apenas quero viver a minha “vida”, um dia, tratarei de sair daqui, de ficar longe de tudo e de “voltar” a ser eu.