terça-feira, 13 de julho de 2010

Sem titulo

Hoje, tal como em todos os outros dias desde há alguns meses, continuo a amar-te e a ter necessidade do teu amor. Porque ele fazia-me acreditar que o amor realmente existe e deve ser vivido. Fazia-me sorrir mesmo que as lâmpadas que iluminavam os nossos caminhos estivessem fundidas, mesmo que o mar onde nos conhecemos já não existisse. Tu tinhas em ti tudo o que eu sonhei. Neste momento sinto que te estou a olhar, sinto que tenho os olhos pousados em ti e nos cabelos que caiem sobre os teus ombros. Tu não me vês, não me sentes. Estás distraída com outra coisa qualquer e eu sou invisível. Não importa, continuo a olhar-te e a memorizar uma vez mais todas as tuas expressões. Por muito que tente não consigo olhar para ti e sentir-me tomado por um sentimento de arrependimento. Muito pelo contrário, quantas mais vezes olho para ti mais sinto que tomei a decisão correcta e que prefiro ser-te invisível. Um dia também tu o serás para mim. A pouco e pouco afasto o meu olhar de ti e de tudo aquilo que (não) fomos, um dia. Esse dia ficou longe e felizmente cada vez se torna mais desfocado. Não quero saber, quero esquecer todas as conversas e outras coisas que tal. Sim, esquecer. Não quero fingir que não existiram, quero, isso sim, saber que existiram e que eu fui capaz de as esquecer assim como vou ser capaz de te esquecer a ti. Digo que foste do melhor que me aconteceu, mudaste a minha vida, mas talvez assim seja melhor para todos! Já deixei de olhar para ti, agora resta-me esquecer todos os teus movimentos. Já não me lembro do teu riso nem do teu olhar, estou no bom caminho. Não quero saber de mais nada teu. Tu seguiste o teu caminho e eu seguirei o meu sem me lembrar de que um dia foste o mundo para mim e que agora não significas mais nada senão “passado”.